sexta-feira, 11 de abril de 2014

Grafismo Infantil - Estágios do desenho segundo Lowenfeld e Luquet I

Grafismo Infantil - Estágios do desenho segundo Lowenfeld e Luquet

Em nossa rotina na Educação Infantil trabalhar com desenhos não é novidade, alguma vez, com certeza já estudamos sobre isso. Porém é sempre importante voltarmos ao assunto para que possamos refletir se estamos ou não propiciando às crianças oportunidades de se expressarem e de criarem, respeitando-as em sua maneira específica de agir e pensar sobre o mundo.
O ato de desenhar não se trata apenas de um gesto mecânico ao acaso, cada movimento tem um significado simbólico, dessa forma o desenho infantil é alvo de vários estudos e de diversas áreas do conhecimento.
O desenho é para a criança um modo muito significativo e prazeroso de expressão e de representação e que transita entre o real e o imaginário. Desenhar e rabiscar são formas de comunicação e expressão desde os primórdios da humanidade, mas para a criança nem sempre o importante é atribuir significados aos seus rabiscos, pois quando descobre as propriedades do giz, do lápis e da tinta os explora e diverte-se com as novas descobertas, quando rabisca está desenvolvendo sua criatividade e ampliando sua capacidade de expressar-se. Com o passar do tempo, esses rabiscos e desenhos passam a ser feitos intencionalmente e a criança começa a usar o desenho para comunicar seus pensamentos, desejos, emoções, exteriorizar seus sentimentos e brincar com a realidade, seu desenho ganha simbologia e significação potencializando sua capacidade de criar. O primeiro desenho simbólico em sua maioria é o da figura humana.
Através do desenho as crianças brincam, experimentam ideias, emoções e pensamentos, representam o mundo a partir das relações que estabelecem com o outro e com o meio em que vivem.
As etapas e os estágios do desenho infantil definidos e estudados por Lowenfeld nos ajuda a compreender e observar o desenvolvimento da criança, embora ele mesmo afirma que não é fácil perceber a transição dessas etapas, além de não ocorrerem na mesma fase e da mesma maneira para todas as crianças.
Segundo ele, a primeira etapa é o " Estágio das Garatujas" que acontece por volta dos dois anos de idade. Nessa fase a criança rabisca sem intenção e sem controle de forma desordenada e que aos poucos vai percebendo seus movimentos e controlando e organizando mais seus traçados. Explora e experimenta os movimentos de seu corpo e o espaço. 



Marcos - 4 anos
Estágio das Garatujas
Marcos - 4 anos
Estágio das Garatujas


 A segunda etapa é o " Estágio Pré-Esquemático", inicia por volta dos quatro anos de idade até os sete aproximadamente. A criança adquire consciência da forma e começa a fazer tentativas de representar o real de maneira desordenada e desproporcional.




 André Luiz - 4 anos
Estágio Pré-Esquemático

 Alexia - 4 anos
Estágio Pré-Esquemático

A terceira etapa é o " Estágio Esquemático" e em sua maioria inicia-se aos sete anos e pode ir até os nove anos de idade. Nele a criança já desenvolveu o conceito de forma e seus desenhos são representativos, descritivos e organizados. É possível percebê-los dispostos em linha reta. 

 Alexia- 4 anos
Estágio Esquemático


 Catherine - 4 anos
Estágio Esquemático
O " Estágio do Realismo", quarta e última etapa, inicia aos nove anos e se estende até os doze. Nele o desenho tem maior representação com o real embora ainda exista bastante simbologia. A autocrítica em seus desenho é bem maior.
Luquet foi um dos primeiros a estudar o grafismo infantil, para ele o desenho é a representação do modelo interno do objeto que a criança vê. Ele dividiu o desenho em quatro etapas.
A primeira denominou de " Realismo Fortuito" que se inicia por volta dos dois anos de idade e se divide em duas fases: desenho involuntário e desenho voluntário. No primeiro a criança desenha linhas sem intenção ou significado, o faz pelo prazer do movimento e do que vê no papel. No segundo, a criança desenha sem intenção, mas enxerga em seus traçados semelhanças com objetos conhecidos, depois surge a intenção de desenhar mas a interpretação dos seus desenhos podem variar.
 Miguel - 2 anos
Realismo Fortuito involuntário
                                                            Miguel - 2 anos e sete meses
                                                            Realismo Fortuito voluntário
                                                  "Vou desenhar uma minhoca e uma pedra"

A segunda etapa é chamada de " Realismo Falhado" ou " Incapacidade Sintética". Nela a criança desenha objetos sem ter relação entre eles, ou seja, os desenhos são independentes. Ela pode exagerar ou omitir partes. Essa falta de coordenação é percebida também em suas ações e pensamentos. Esse estágio começa por volta dos quatro anos e pode ir até os dez ou doze anos.


 Felipe- 4 anos
Realismo Falhado
Exagero no desenho
 Bianca- 4 anos
Realismo Falhado
Camily- 4 anos
Realismo Falhado
Omissão de partes no desenho

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